domingo, 4 de abril de 2021

Covid-19: se eu fosse um ditadorzinho...

  Nesses últimos meses, uma explosão de casos de covid-19 fez-se notável em todo o Brasil. As festas de fim de ano e o carnaval, evidentemente, tiveram algo a ver com isso. As medidas restritivas que vem sendo tomadas só atacam bodes expiatórios, impedindo atividades que são essenciais (para aqueles que as exercem, ora: pode alguém impedir um ser humano de ganhar o pão de cada dia?) e que são relativamente seguras. Mais uma Vigília Pascal foi celebrada, em grande parte do nosso país, sem a presença de fiéis (o que é tristíssimo em muitos níveis), e muitos caminham para a miséria. O Covid-19 não dá sinal de trégua, e recordes de mortes são quebrados dia após dia, de modo que hoje, no nosso país, se morre mais de covid do que de qualquer outra coisa. Como resolver essa situação?  

 Me parece que a maior parte dos contágios ocorre quando pessoas, formando aglomerações, entram em contato umas com as outras de modo promíscuo e descuidado. É o clássico ambiente das festinhas clandestinas. Nenhuma das medidas de restrição que foram tomadas até agora "dá conta" de impedir esse tipo de coisa. Ora, um rigoroso lockdown resolveria essa situação, mas deixaria um rastro de miséria terrível. 

 Ora... dando eco à doutrina social da Igreja, existe um princípio chamado de "destinação universal dos bens" (que nada tem a ver com o coletivismo socialista/comunista). Alguém que irá morrer de fome tem direito a roubar pra comer (e não seria roubo, pois o direito de preservar a própria vida é superior ao direito de propriedade de outrem, a não ser que esse outro também esteja morrendo de fome...). Ora, o estado, que vive metendo o bedelho onde não é chamado, poderia então tomar a seguinte medida, um tanto quanto impopular: taxar, de algum modo, os ricaços, para que, com esse dinheiro, esses pobres sejam sustentados. Pessoas em casa, aglomerações evitadas, comerciantes com dinheiro suficiente pra passar os dias do lockdown, ricaços ainda ricaços, só que menos ricaços (e provavelmente rangendo os dentes de raiva, porque não compreendem que seus bens devem estar a serviço da sociedade). Covid-19 cai, medidas restritivas desnecessárias desabam, tudo fica tranquilo de novo.

(até que surja outro surto).



Araraquara fez lockdown: até "adiantou", mas gerou uma baita miséria




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